segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

_Federação Japonesa leva o Prémio Fair Play


Foi um ano excepcional para o futebol japonês. Em 2011, vimos a consagração do país na Copa Asiática de Seleções, sua participação em quatro dos cinco torneios da FIFA, a organização de êxito da Copa do Mundo de Clubes no mês passado e um triunfo na Copa do Mundo Feminina da FIFA na Alemanha que coroou a temporada.

Esta lista de feitos é simplesmente extraordinária e não poderia ter sido mais oportuna, já que 2011 foi o ano do 90º aniversário de fundação da Federação Japonesa de Futebol.

Mais notável ainda foi o fato de que todas essas conquistas tiveram como pano de fundo um desastre natural inimaginável. No último dia 11 de março, o Japão sofreu um terremoto arrasador e foi atingido por um tsunami com consequências devastadoras para a nação.

A perda de vidas e os danos materiais foram incalculáveis, mas ainda assim o país foi capaz de encontrar algum consolo no futebol.

Os resultados foram excepcionais, assim como a dignidade e a serenidade mostrada pelas diferentes seleções do país. Os representantes do Japão exibiram notável estrutura psicológica após a tragédia e triunfaram mesmo diante de uma situação angustiante e desgastante.

A determinação e a coragem demonstradas pelo Japão conquistaram torcidas de todo o planeta. E isso nunca ficou tão claro quanto na Alemanha, entre os meses de junho e julho. Nesse período, a seleção japonesa feminina fez o impensável, superando as alemãs, as suecas e as americanas, pesos-pesados da modalidade, e conquistando sua primeira taça da Copa do Mundo Feminina da FIFA.

O conjunto mostrou uma notável capacidade de superação para acabar com o reinado de oito anos das alemãs. O mesmo aconteceu na decisão, quando precisou empatar duas vezes com as americanas, número 1 da classificação mundial, e vencer a disputa nos pênaltis, em um desfecho memorável para a competição.

Assim, o Japão se tornou o primeiro país asiático a ser campeão do mundo com sua seleção principal, seja no feminino ou no masculino. Ao realizar esse feito, o país foi aclamado tanto pela imprensa quanto pelos adversários, além de ganhar fiéis seguidores em todo o planeta.

Na Alemanha, as japonesas levaram a campo uma faixa em que agradeciam a torcida por seu apoio durante o Mundial Feminino. A mesma mensagem havia sido exibida pouco antes pelo selecionado que representou o Japão na Copa do Mundo Sub-17 da FIFA, no México.

No ponto de vista da capitã do Japão na Alemanha 2011, Homare Sawa, foi uma oportunidade de mostrar solidariedade com o sofrimento do país. "Espero que possamos dar força e coragem ao povo japonês", disse a craque do meio-campo, ganhadora da Bola de Ouro adidas e da Chuteira de Ouro da competição. "Torço para que nosso futebol tenha dado uma chance para que futuras jogadoras e crianças possam sonhar."

O título representou um grande avanço para as japonesas, que chegaram a um inédito terceiro lugar na classificação mundial entre as mulheres. Um interesse sem precedentes no campeonato nacional feminino também foi uma das consequências do triunfo e da manutenção da boa fase do selecionado, que, logo após essa conquista, conseguiu se classificar em grande estilo para o Torneio Olímpico de Futebol de Londres 2012.

As seleções femininas de base do Japão também contribuíram para o bom retrospecto do país, garantindo presença nos próximos Mundiais Sub-17 e Sub-20. No fim, as mulheres japonesas terminaram o ano com apenas uma derrota em 22 jogos por competições oficiais.

Porém, não só as seleções femininas serviram de porta-estandarte do Japão no ano que acabou. Também depois do desastre natural de março, o selecionado sub-17 masculino e o conjunto de futebol de areia tiveram participações de destaque nos Mundiais da FIFA de ambas as categorias, no México e na Itália.

(...)

O referencial estabelecido pela comunidade futebolística japonesa nos últimos 12 meses foi de fato inspirador e sem precedentes. Sem dúvida, 2011 será por muito tempo lembrado como o ano do Japão no futebol.


Notícia: fifa.com

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